Sons de Terreiro
Do ajarin ao run, todo Terreiro de Candomblé tem uma riqueza de sons que está muito além de ritmos e compassos da musicalidade sacra afro-brasileira.
Quando o ajarin (ou adjá) chacoalha é sinal de que o sagrado está presente, esse som mesmo sendo perturbador, derrama calma e nos deixa em estado de alerta, para que, a qualquer momento, nossos Deuses tomem os Eleguns e façam a magia do Candomblé acontecer.
O gan (agogô) tocado com um aguidavi de goiabeira mais grosso (jamais uma chave de boca, ou aquele ferro que vem com o instrumento) anuncia que um ritmo será tocado pelos atabaques que são a pressão sanguínea do Terreiro. O run, dobra e tem "pancadas" que palpitam o coração e arrepia a pele, que logo, será possuída por um Orixá, o rumpi e o lé conduzem os pés das filhas de santo na roda do Xirê e dão a energia para as cantigas que são entoadas na família de cada Terreiro.
Uma voz ecoa uma cantiga em pergunta e outras vozes entoam a resposta com um coro que faz o local ficar ainda mais sagrado. A voz do solista é mais alta e as dos que respondem não sobressaem individualmente, e mantém a essência do Egbè quanto grupo.
Se couber na cerimonia, rojões estouram no céu proclamando que o sagrado está presente. Em festividades como Olubajé, Oxalá, Iyabás, a pólvora e o estouro não são aconselháveis, até porque são elementos antagônicos.
Iyawo quando está de xaorô no tornozelo, caminha pela Roça emitindo o som que lembra mistério, é como um pequeno sino marcando os curtos passos do noviço, é sinal de que tem continuidade no Axé.
Quando os Orixás estão presentes ressoam seus Ilás as vezes potentes, as vezes suaves, é o som que o sagrado faz para deixar claro que o Terreiro está em função de axé.
O paó (palmas suaves sincronizadas) soa para que nos curvamos em reverencia ao criador, é o som da obediência, do louvor, do respeito e da gratidão.
Sons de Terreiro é sem dúvida uma das experiências mais envolventes que podemos vivenciar em uma Casa de Candomblé.
(Foto: internet)
Marcos (Ode Kobayò)
Quando o ajarin (ou adjá) chacoalha é sinal de que o sagrado está presente, esse som mesmo sendo perturbador, derrama calma e nos deixa em estado de alerta, para que, a qualquer momento, nossos Deuses tomem os Eleguns e façam a magia do Candomblé acontecer.
O gan (agogô) tocado com um aguidavi de goiabeira mais grosso (jamais uma chave de boca, ou aquele ferro que vem com o instrumento) anuncia que um ritmo será tocado pelos atabaques que são a pressão sanguínea do Terreiro. O run, dobra e tem "pancadas" que palpitam o coração e arrepia a pele, que logo, será possuída por um Orixá, o rumpi e o lé conduzem os pés das filhas de santo na roda do Xirê e dão a energia para as cantigas que são entoadas na família de cada Terreiro.
Uma voz ecoa uma cantiga em pergunta e outras vozes entoam a resposta com um coro que faz o local ficar ainda mais sagrado. A voz do solista é mais alta e as dos que respondem não sobressaem individualmente, e mantém a essência do Egbè quanto grupo.
Se couber na cerimonia, rojões estouram no céu proclamando que o sagrado está presente. Em festividades como Olubajé, Oxalá, Iyabás, a pólvora e o estouro não são aconselháveis, até porque são elementos antagônicos.
Iyawo quando está de xaorô no tornozelo, caminha pela Roça emitindo o som que lembra mistério, é como um pequeno sino marcando os curtos passos do noviço, é sinal de que tem continuidade no Axé.
Quando os Orixás estão presentes ressoam seus Ilás as vezes potentes, as vezes suaves, é o som que o sagrado faz para deixar claro que o Terreiro está em função de axé.
O paó (palmas suaves sincronizadas) soa para que nos curvamos em reverencia ao criador, é o som da obediência, do louvor, do respeito e da gratidão.
Sons de Terreiro é sem dúvida uma das experiências mais envolventes que podemos vivenciar em uma Casa de Candomblé.
(Foto: internet)
Marcos (Ode Kobayò)
Muito bom o artigo.
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