O que ouvi sobre Omulu e as doenças

Vou escrever algumas linhas do que aprendi sobre Omulu e as doenças. Muitos textos citam esse poderoso Orixá, o Rei da Terra (Obaluaiê), como o médico dos pobres e a divindade que detém o controle de pragas e doenças. Vou dizer parte do que eu ouvi nas conversas com meus mais velhos e meus mais novos (Egbons e Aburos). A varíola, o sarampo, a catapora, o tifo e outras doenças contagiosas são relacionadas a Omulu e realmente faz todo sentido, é essa divindade Nagô que controla a quentura (febre) e tudo que eclode (dentro para fora), como as erupções da pele que tais doenças infectuosas e virais provocam. Sendo Omulu o pai da quentura (Igbonã), ele pode controlar a febre e a causa, pois o que provoca também faz parte da vida. Omulu/Obaluaiê não espalha a doença, mas na nossa cultura nagô ele pode controla-la.

Nos ebós que participamos em todo Olubajé, temos que lembrar disso, e com respeito e fé que comungamos de seu banquete, que na verdade é um pouco do que a terra nos oferece, o Rei, se faz presente e pedimos silêncio, pois ele está entre nós (Atotô), não grite, o Rei não gosta de barulho. Depois que comemos o que nos foi servido, passamos no corpo a folha, colocamos moedas ou notas no lugar adequado e depositamos o pouco que sobrou do ebó no cesto, em silêncio, pés descalços, retornamos ao nosso lugar. Omulu Mase Je Ki Mi Gbona (Omulu não deixe eu ficar quente (com febre), querendo dizer que o Orixá nos proteja do mal que nos faz ter febre.

Olorum Agbo Ato

(Foto internet)

Marcos de Ode (Ode Kobayò)

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