Não uso "frango de granja" nos meus orôs
De uns anos pra cá a industria de proteínas fez com que diversas granjas de elevada produção de frangos para o abate fossem criadas no país, elas ocuparam o lugar dos antigos aviários que tínhamos nas áreas urbanas. A população cresceu e o desafio de alimenta-la também, até aí, não vejo como um problema no que tange a oferta/demanda. No nosso cotidiano de Candomblé frangos e frangas são utilizados diariamente em rituais diversos, entre outros animais, é claro. Material farto para inúmeras polêmicas, os animais do Candomblé sempre voltam aos debates na sociedade, seja por intolerância, por ignorância, por filosofia... Creio que existam várias razões para que o "frango de granja" tenha entrado em muitos Terreiros no país, pelo preço, pela facilidade de encontrar, textura da carne, entre outros. Mas, qual é o meu problema em usar esse frango nas minhas obrigações? Primeiro que eu sempre parto do princípio de que vou utilizar a energia vital do animal para produzir axé, o animal tem que ser sadio, perfeito, ter energia de vida, ter tempo de vida adequado, ter sido alimentado sem muita química etc.
Frangos de granja (aquele branco e gordo) tem entre 28 e 42 dias de vida, ficam acordados dia e noite comento para ganharem peso rápido, ficam o tempo todo confinados, enquanto os caipiras estão prontos para o abate em torno de 120 dias, eles são criados mais livres podendo se movimentar, tem um manejo de reprodução bem menos industrial, e, sem nenhuma dúvida, a energia de um caipira é infinitamente maior do que um de granja.
Algumas pessoas utilizam esses frangos de granja para ebós porque acham que ebós dispensam um animal de qualidade, eu penso o contrário, seja qual for o ebó tudo que for utilizado deve ter qualidade energética, não é a quantidade que faz a diferença e sim a qualidade de cada item utilizado.
Outro fator que notei e até já ouvi alguns relatos, é de que a carne do frango de granja é mais macia para ser servida no ajeum, concordo que hoje em dia poucas pessoas sabem preparar um frango caipira, porém esse motivo jamais pode ser uma justificativa para utilizar um animal totalmente sem energia nos rituais em detrimento do ajeum no final do Candomblé, ou mesmo no almoço depois do orô.
A carne dos animais quando são liberadas para o consumo devem cumprir esse destino, que para nós de Orixá, é mais que sagrado, é nossa obrigação. Então elas devem ser ofertadas para que as pessoas comunguem do Axé, se não forem preparadas no Axé que sejam doadas para quem quiser.
Apesar do frango(a) caipira ser mais caro do que o de granja cerca de 50%, e quando a gente compra em torno de 20, 30 unidades essa diferença de valor é bem significativa, mas para o Orixá e para as nossas obrigações sagradas vale a pena, tudo que oferecemos aos nossos Orixás tem que ser o nosso melhor. É a energia daquilo que oferecemos é a que queremos que retorne para nós, portanto, qualquer elemento que utilizamos no Candomblé tem que ter energia vital, forte, viva. Não macere uma folha murcha porque dela não se extrai nada.
Axé
Marcos de Ode (Ode Kobayò)
Foto: Pixabay
Frangos de granja (aquele branco e gordo) tem entre 28 e 42 dias de vida, ficam acordados dia e noite comento para ganharem peso rápido, ficam o tempo todo confinados, enquanto os caipiras estão prontos para o abate em torno de 120 dias, eles são criados mais livres podendo se movimentar, tem um manejo de reprodução bem menos industrial, e, sem nenhuma dúvida, a energia de um caipira é infinitamente maior do que um de granja.
Algumas pessoas utilizam esses frangos de granja para ebós porque acham que ebós dispensam um animal de qualidade, eu penso o contrário, seja qual for o ebó tudo que for utilizado deve ter qualidade energética, não é a quantidade que faz a diferença e sim a qualidade de cada item utilizado.
Outro fator que notei e até já ouvi alguns relatos, é de que a carne do frango de granja é mais macia para ser servida no ajeum, concordo que hoje em dia poucas pessoas sabem preparar um frango caipira, porém esse motivo jamais pode ser uma justificativa para utilizar um animal totalmente sem energia nos rituais em detrimento do ajeum no final do Candomblé, ou mesmo no almoço depois do orô.
A carne dos animais quando são liberadas para o consumo devem cumprir esse destino, que para nós de Orixá, é mais que sagrado, é nossa obrigação. Então elas devem ser ofertadas para que as pessoas comunguem do Axé, se não forem preparadas no Axé que sejam doadas para quem quiser.
Apesar do frango(a) caipira ser mais caro do que o de granja cerca de 50%, e quando a gente compra em torno de 20, 30 unidades essa diferença de valor é bem significativa, mas para o Orixá e para as nossas obrigações sagradas vale a pena, tudo que oferecemos aos nossos Orixás tem que ser o nosso melhor. É a energia daquilo que oferecemos é a que queremos que retorne para nós, portanto, qualquer elemento que utilizamos no Candomblé tem que ter energia vital, forte, viva. Não macere uma folha murcha porque dela não se extrai nada.
Axé
Marcos de Ode (Ode Kobayò)
Foto: Pixabay
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Modúpé pela sua participação. Olorum Agbo Ato. Que Oxalá lhe de boa sorte.