Oxalá veste branco

Existem algumas coisas no Candomblé que não são negociáveis, como o branco de Orixá funfun (Divindades do branco). Os funfuns foram os primeiros Orixás criados por Olódùmarè (Olorum) para a criação do Ayè. Os funfuns são Orixás primordiais porque já existiam antes da criação do mundo, no entanto, na cosmogonia yorubá nem todo Orixá primordial é um Orixá funfun, a exemplo de Exú (Èsù). Também é importante dizer que não é porque um Orixá é Axó funfun (Que vestem branco) que ele seja um funfun (Orixá primordial).

A família de funfun não aceita em hipótese alguma outra cor que não o branco, com excessão do ìkódíde (pena vermelha do papagaio africano de mesmo nome - papagaio cinzento). Os filhos iniciados para um Orixá funfun devem vestir apenas branco, sem detalhes em azuis, prata ou qualquer outra cor, independente da ocasião. Para os filhos de Oxalá é proibido roupas que não sejam completamente brancas, assim são as contas, pulseiras e adereços. Fora do Terreiro é aconselhável que um filho de Oxalá continue usando o branco, quando não é possível, que pelo menos opte sempre por cores mais claras possíveis, jamais o vermelho, preto, roxo, azul marinho, mesmo se forem estampados. Pessoas consagradas aos funfuns precisam compreender a seriedade dessa proibição.
Nas obrigações de Oxalá todos que participaram das cerimônias, sem excessão, devem vestir branco e utilizar contas brancas.

Na obra de Juana Elbein dos Santos, "Os Nagôs e a Morte", cita que os funfuns são entidades que manipulam e possuem o domínio sobre a formação dos seres deste mundo: os ara-ayé (os que vivem em nosso mundo) e também da formação dos seres do Òrun. Vivos e mortos e os dois planos da existência são controlados por Òrìsà-Nlà. O Alá é seu símbolo maior e sob ele está a vida e a morte. Desagradar ou irritar um Orixá funfun pode ser fatal.

Gbogbo Àse. Olorun Agbo Ato

Marcos de Ode (Ode Kòbáyo)

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