De quem é o Igba do Orixá?

No Candomblé temos os assentamentos individuais (Igbas), pelo menos na maioria dos Terreiros, acontecem episódios desagradáveis de filhos de santo reivindicarem seus Igbas até por meios judiciais como se os mesmos fossem um bem material de propriedade do reivindicante. É certo dizer que o Igba pertence ao filho de santo, no entanto o Igba também pertence a Casa de Axé, já que Igba só se transformam em Igba após terem sido sacralizados eles não podem pertencer somente ao Omo Orixá. Para uma eventual necessidade de se retirar o(s) Igba(s) da Casa de Axé tem que ser consensual, e seguir todos os procedimentos ritualísticos.

Quando a história é recheada de problemas em relação ao Terreiro e consequentemente aos zeladores, e se não houver um consentimento para a retirada dos assentamento(s) o melhor é seguir a vida e deixar o(s) Igba(s) na Casa, se for dar continuidade na religião em outra Casa faça outro(s) Ibga(s) dentro da tradição da família que acolheu o Omo Orixá.

Não é correto Iaô (Ìyàwó) levar Igba para lugar algum, o(s) assentamento(s) não pertence somente ao filho de santo, no Candomblé tradicional não existe essa postura de entregar os Igbas ao filho, mesmo que o filho tenha comprado o mesmo, não é a aquisição material que define a propriedade nesse caso. Igba só sai da Casa de Axé quando o filho de santo vai abrir sua Casa, aí é realizado todos os procedimentos para que essa mudança aconteça.

Axé

Marcos de Ode (Ode Kòbáyo)

Foto: internet

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