Qual a razão de tomar obrigação no Candomblé?

Andam dizendo por aí que as obrigações do Candomblé são invenções para zeladores(as) ganharem dinheiro e que para nada elas servem, afirmam assim que apenas a iniciação basta. Não sei em que fundamentam tais afirmações, descrevem em relatos através de vídeos como, segundo eles, é os procedimentos das obrigações de 1, 3 e 7 anos. Diz também que se é obrigação não deve ser coisa boa, coitados, mal sabem que de obrigado a "obrigação" não tem nada, assim como não somos obrigados a nos alimentarmos, a bebermos água, fazer uso de um medicamento etc. Mas, vamos nos ater ao Candomblé, quando iniciamos o próprio nome já sugere que é o início de um ciclo, o nascimento para o Orixá, assim com o tempo que estabeleceram ser necessário vamos complementando e nos revigorando de energia e nos ligando ainda mais com o nosso Olori (Orixá de cabeça). Cumprindo com nossa obrigação de alimentar nosso corpo astral (Ara Èmi) vamos nos desenvolvendo como Eleguns, como Omo Orixá e como ser humano é claro.

A questão dos valores cobrados no Candomblé estão sendo exploradas para justificar um monte de coisas e uma dessas é a opção por não cumprir com as obrigações, na verdade Ajoduns (aniversários de iniciação), evidentemente cada um pode optar por fazer o que achar melhor, mas não é honesto desqualificar o que é mais do que uma tradição do Candomblé. Geralmente pessoas que não conseguem seguir regras não se adaptam ao Candomblé, aí seguem por aí inventando e juntando informações daqui e dali criando a sua própria forma de cultuas os Orixás, e como justificativa para isso atacam tudo e a todos. Reconheço que existem muito problemas, mas onde não existe?

Quem achar que cumprir com as obrigações com seu Orixá não se faz necessário sabe que no fundo está criando uma justificativa para não fazer algo que não consegue ter disciplina para tal. O Candomblé é uma religião que podemos fazer o necessário e o necessário com o supérfluo. Se vamos nos alimentarmos com o básico ou um banquete é uma questão pessoal e de cada Terreiro.

Axé

Marcos de Ode (Ode Kòbáyo)

Foto: arquivo site do Gantois

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