
Por volta de 1982 na roça (Candomblé) eu era chamado de “Marquinhos”, ou “O menino magrinho que mora em Olaria” ou ainda o “Abiyan de olhos verdes”, nessa época já disseram que eu era de Osumare, de Ogun, de Omulu, até que Iya Janete de Osun jogou depois que me deu Bori e me disse que eu era de Osoosi, lá passei a ser tratado como “Menino de Osoosi” e eu atendia os chamados por essa forma de tratamento. Já na Casa de Iya Eunice também foi visto em jogo que eu era de Osoosi, lá também começaram a me chamar de “Menino de Ode”, certo ou errado, era assim que me chamavam. Alguns avaliadores do Orisa alheio pelo jeito da pessoa, pela aparência, etc. Diziam que eu não podia ser de Ode, que eu tinha jeito de cobra, que eu tinha um olhar assim e assado, que eu era de outro Orisa que não Osoosi, isso com certeza me deixou inseguro, até que mais pessoas do Ase jogaram e confirmaram meu Orisa, se eu não tivesse confiança minha cabeça ia dar um nó. Porque, já naquela época, os que insistiam em “dar santo” para os outros eram muitos. Os anos foram passando e dentro de mim Ode foi ficando mais vivo, todas as “características” desse Orisa foram se confirmando em minha vida, até porque ter 15 anos é diferente de ter 30, 40, 50… Somos muitos em uma existência aqui no Aiye. Mesmo despois de iniciado 2 pessoas, com procedência, jogaram e disseram que meu Orisa estava errado e que eu era de Omulu, outro nó na cabeça, a dúvida plantada, fui procurar um “Bamba no Aro” para jogar, aí que me foi explicado que Osoosi vem em vários outros caminhos além de Obara, e quem estava jogando não conseguia ver a qualidade do meu Orisa por falta de conhecimento mesmo. Candomblé é complexo, se tem dúvida, vão atrás, “corram gira” como diz o ditado, mas pela Coroa de Dada, procurem alguém que CONHEÇA Candomblé. Ase gbogbo. Boa sexta-feira a todos. Olorun Agbo Ato.
Marcos de Ọdẹ
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Modúpé pela sua participação. Olorum Agbo Ato. Que Oxalá lhe de boa sorte.